"O desenvolvimento obtido pela mulher cubana está,
desde sempre, apoiado nas políticas e estratégias trazidas pelo governo e pelo
trabalho permanente da Federação de Mulheres Cubanas."
Mulheres cubanas. Foto: Osvaldo Goméz/ACN-Juventud
Rebelde
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Por Ivette Martinez na Caros Amigos
A inserção das mulheres no processo de desenvolvimento de
Cuba como beneficiárias e protagonistas é um dos fenômenos sociais mais
exitosos ocorridos no País. Depois do triunfo da Revolução, elas tiveram a
possibilidade de acesso ao âmbito público em condições de igualdade com os
homens. Na atualidade elas representam 65,6% dos quadros profissionais e
técnicos. A maioria na área da educação (72%), na saúde (69,8%) e ainda nas
ciências, inovações e tecnologias (53,3%).
Outra conquista ocorreu nos salários. As cubanas recebem o mesmo salário que os
homens ao exercerem as mesmas funções, algo que está na pauta e luta das
mulheres em todo o mundo. Como resultado das estratégias governamentais
voltadas para a promoção da mulher, atualmente 48,86% dos membros do Parlamento
cubano são mulheres e elas são, também, 40% dos dirigentes. O desenvolvimento
obtido pela mulher cubana está, desde sempre, apoiado nas políticas e
estratégias trazidas pelo governo e pelo trabalho permanente da Federação de
Mulheres Cubanas (FMC). A FMC, surgida em 1960, conta com mais de 4 milhões de
filiadas e tem 173 casas voltadas para a orientação da mulher e da família no
País. Cuba vem cumprindo grande parte das Metas do Milênio estabelecida pela
Organização das Nações Unidas (ONU), entre elas, a relativa à promoção da
igualdade de gênero e empoderamento das mulheres.
A origem da celebração do Dia Internacional da Mulher se remonta ao início do
século 20, principalmente promovido por mulheres trabalhadoras. Anteriormente,
existia uma posição patriarcal, que não reconhecia os direitos feministas.
Desde meados do século 19, os movimentos de reivindicação feministas começaram
a tomar força e foi em agosto de 1910, durante a 2ª Conferência Internacional
de Mulheres Socialistas, reunidas em Copenhague, onde se aprovou a resolução
proposta por Clara Zetkin, e se proclamou o dia 8 de março como o Dia
Internacional da Mulher Trabalhadora. Em março de 1911 se celebrou em vários
países de Europa o primeiro Dia Internacional da Mulher e, pouco a pouco, mais
países foram se unindo a esta comemoração. Em dezembro de 1977, a Assembleia
Geral da ONU proclamou o dia 8 de março como Dia Internacional pelos Direitos
da Mulher e pela Paz Internacional, o que levou também muitos países a
oficializar este dia em seus calendários nacionais.
A mulher cubana, brava por natureza, não se deteve diante
das dificuldades. Pelo contrário, sem deixar de lado o enfrentamento dessas
dificuldades, lutou por sua plena igualdade na sociedade. Em Cuba, a cada 8 de
março se celebra a data homenageando as figuras que se sobressaíram nas
diferentes etapas das lutas por independência do País, como Mariana Grajales,
Ana Betancourt e Vilma Espín, entre outras. A primeira, ainda no século 19,
lutou pela independência de Cuba – na época sob dominio da Espanha -, e é mãe
de Antonio e José Maceo, que viriam a se tornar heróis dessa mesma luta. Ana
foi uma aristocrata que, ao lado do marido, também de ideias avançadas,
abandonou a vida confortável que tinha para lutar pela libertação de Cuba. É
autora de discursos que tiveram grande influência na época e tornaram-se peças
históricas. E finalmente Vilma Espín, descrita várias vezes como “primeira dama
cubana”, é engenheira química e revolucionária, esposa de Raúl Castro, com quem
teve quatro filhos. Uma delas, Mariela Castro, lidera atualmente o Centro
Nacional Cubano para a Educação Sexual e é uma das principais lideranças na
luta pelos direitos das minorias nas questões de gênero. Nascida em 1930 em
Havana, Vilma faleceu em junho de 2007 e foi presidente da Federação das
Mulheres Cubanas desde a fundação, em 1960, até sua morte.
Nos locais de trabalho se faz um recononhecimento a todas as trabalhadoras por
seus esforços na produção, nos serviços, na defesa e em outras frentes
prioritárias para o desenvolvimento da economia e bem estar da sociedade. A
celebração do dia 8 de março não deve nunca passar em branco, é este o dia em
que se rende homenagem a mulher, a sua luta constante contra a violação de seus
direitos mais elementares, às conquistas que alcançou e a todas aquelas que
lutaram para que algum dia, cesse a discrimiação de gênero.