segunda-feira, 19 de julho de 2010

Através do Núcleo de Estudos Cubanos da UnB - NESCUBA, foi realizado na noite do dia 03 de Junho de 2010, uma palestra com a escritora cubana Mirta Yanês, junto ao curso de Licenciatura em Educação do Campo, Faculdade UnB de Planaltina - FUP. O tema da palestra: a literatura cubana e a questão de gênero.


Algumas linhas de reflexão debatidas pela autora:

Para ser escritor(a) há que haver credibilidade no que se está escrevendo.

Sem alfabetização, não haveria, nem leitores e nem movimento literário.

Em Cuba a feira do livro é uma festa cultural; sem cultura não há País.

Há 15 pequenas editoras regionalizadas para permitir a ampliação do acesso aos escritores(as),para suas publicações, que depois são distribuídas para todo País.

Ainda que seja uma só literatura, porém, com diversos enfoques. A inquietude literária está na questão da identidade cubana, tanto para os que estão na Ilha ou fora dela. Dentro de 100 anos, restará o que serve para a cultura, o restante sumirá.

A autora faz uma distinção entre o que chama de literatura fácil, da transcendente. A última certamente o leitor reconhecerá e será a que perdura. Destaca ainda que qualquer fundamentalismo é anti-intelectual. Assim como, a indiferença e a aparente neutralidade.

Quanto ao aspecto de gênero, a autora destaca como exemplo do padrão cultural hegemônica do patrão e do branco: em 50 anos só dois filmes tem sido produzidos, dirigidos por mulheres. Outro exemplo lembrado é, a maioria das professoras são mulheres, porém, o reitor é um homem.

Mirta, destaca um dos seus livros que abordam muito bem esta temática: Estátuas de Sal. Segundo ela, é isto que se transformam as mulheres, de acordo com o padrão acima descrito, sem nome. Neste sentido, as mulheres foram auto-censuradas.