quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Síntese Cubana 171

ASSOCIAÇÃO CULTURAL

JOSÉ MARTÍ

CASA DE AMIZADE BRASIL‐CUBA

RIO GRANDE DO NORTE – BRASIL

EDIÇÃO Nº 171 – ANO III

Em meio à crise no mundo capitalista,
Cuba aumenta seu PIB

Atualmente, Cuba não esconde a satisfação de manter vivos os princípios de sua Revolução e de abordar com eles os novos desafios políticos, sociais e econômicos desse início do século 21.
O desenvolvimento da medicina permitiu a Cuba converter a venda esses serviços em sua principal fonte de divisas. Mas o turismo, que atualmente contribui com cerca de US$2 bilhões por ano, avança decididamente para se tornar o principal motor do crescimento.
Segundo a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal), Cuba é o país da região com a maior proporção de mulheres em seu Parlamento, 43%; é a sociedade com a menor taxa de analfabetismo, de 2,1%; tem a menor taxa de mortalidade entre crianças menores de 5 anos, seis para cada mil nascidos vivos; tem em média um médico para cada 150 habitantes – o país que se segue é o Uruguai, com um para 235; registra uma taxa de desemprego praticamente inexistente, e, atualmente, seus habitantes têm uma expectativa de vida que aumentou de 59,5 anos, em 1955, para 78,6 anos.
Frente ao vendaval que abalou o mundo capitalista em 2009, com sua pior crise desde a Segunda Guerra Mundial, a economia cubana foi quase uma exceção na América Latina e no Caribe. O Produto Interno Bruto per capita aumentou 1%, enquanto a média para a América Latina diminuiu 2,9% e, no Caribe, a contração foi de 2,7%, segundo indica a mesma fonte.
Em 19 de outubro de 1960, quando o Departamento de Estado dos EUA ordenou o embargo comercial e econômico para afogar a Ilha, sua Revolução e suas aspirações libertárias, a economia cubana dependia em 80% da norte-americana. Desde então, até hoje, cada um dos mais de 19 mil dias transcorridos foi um triunfo para Cuba e seus habitantes. Em quase 52 anos já passaram 11 presidentes republicanos e democratas pela Casa Branca nos Estados Unidos, sem que nenhum tenha se atrevido a levantar o embargo, apesar de seu óbvio fracasso.
Mas talvez a situação mais crítica para a Revolução Cubana não tenha sido provocada pelos EUA. Veio do colapso da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e seus aliados do Leste Europeu, a principal fonte de apoio energético e de intercâmbio comercial de Cuba. A União Soviética deixou de existir oficialmente em 21 de dezembro de 1991 e, com isso, o fornecimento de petróleo e gás para a Ilha caiu a níveis mínimos.
Em 1993, o consumo de energia em Cuba foi 48% inferior ao de 1990 e representava a metade do valor registrado em 1985. Por sua vez, a economia da Ilha caiu 32,3% entre 1990 e 1993. Neste contexto, deu início a um drástico programa de austeridade econômica e arrocho de energia em que toda a população participou.
Sem o apoio do antigo bloco socialista, a Revolução Cubana se viu novamente ameaçada. Em um esforço extraordinário, o chamado Período Especial durou mais de uma década, em que não faltaram agressões perpetradas por grupos terroristas sediados em Miami, na Flórida. Até que, em 2004, a economia da Ilha alcançou a mesma dimensão que tinha em 1990.
Atualmente, a magnitude da produção de bens e serviços da economia cubana é 38,5% maior que a alcançada há seis anos. Seguramente por isso, um muro no bairro de Miramar, em Havana, proclama hoje: “Quando o impossível se torna possível, isso é a Revolução.”

Fonte: La Jornada


EUA orquestraram golpe em Honduras

Aos poucos, a verdadeira história do golpe civil-militar em Honduras vai surgindo e enterrando, de vez, qualquer ilusão do “democrata” Barack Obama. Aos poucos, fica nítido que o presidente é refém do “complexo industrial-militar ianque” e representa os interesses do imperialismo, que não morreu.

Altamiro Borges

O golpe de junho de 2009, a instalação de sete bases militares na Colômbia, as provocações constantes ao Irã e à Coréia do Norte e até as recentes ameaças de retaliações ao Brasil, dentre outras agressões, confirmam que não se deve nutrir ilusão com o “império do mal”.
O renomado jornalista Jean-Guy Allard acaba de provar que uma agente contratada pela Agência Norte-Americana para o Desenvolvimento Internacional (Usaid, sigla em inglês)dirigiu o golpe em Honduras. Jacqueline Foglia Sandoval, a hondurenha citada como ‘a pessoa encarregada de coordenar e operar o golpe de estado’ pelo ex-ministro Roland Valenzuela, pouco antes de ele ser assassinado, não só é egressa da Universidade de West Point e foi Adjunta de Defesa da Embaixada de Honduras em Washington, como também chefiou as relações internacionais como subcontratada da Usaid.”


Formando conspiradores

“Ela é que distribuiu as tarefas para cada um dos executores do golpe, que determinou o que eles deveriam fazer e o que deveriam declarar”, descreve o jornalista, citando Valenzuela. Antes do golpe, “Jackie” Foglia era diretora de relações externas da Universidade Zamorano, instituição que recebia recursos e orientações da Usaid e do Departamento de Estado dos EUA. Em 2008, ela dirigiu o programa “formando líderes para Honduras”, destinado a identificar e formar jovens para o futuro comando político e econômico do país.
“Essa operação corresponde integralmente aos planos da Usaid e da inteligência estadunidense para se infiltrar no país, subverter e desestabilizar governos”, afirma Allard. A própria Foglia confessou numa entrevista para o sítio dinero.com que “84% dos jovens hondurenhos que atualmente estudam no Zamorano recebem apoio financeiro. Isto nós conseguimos, ano após ano, com o apoio solidário de governos, fundações, instituições multilaterais e empresas privadas”. A universidade, inclusive, possui um escritório especial nos Estados Unidos.

Entidades de fachada da CIA

Allard não vacila em afirmar que Jackie Foglia pertence a CIA, o centro terrorista ianque. “Toda a carreira de Foglia a identifica como candidata idônea para os serviços de inteligência dos EUA, desde a Academia Militar em West Point, onde obteve licenciatura em ciências políticas, a sua integração posterior, de 1984 a 1995, nas Forças Armadas de Honduras até sua reaparição na United Way, como diretora executiva”. Esta instituição, acusada de ser uma entidade de fachada da CIA, é responsável por formar “futuros líderes” em vários países latino-americanos.
Em sua sinistra biografia ainda consta a participação nas negociações do tratado neocolonial de “livre comércio” na região e a consultoria a várias corporações estadunidenses,
como a Cargill. Foglia chegou a presidir a Câmara de Comércio Honduras-EUA. “Juntamente com o embaixador dos EUA no país, o cubano-americano Hugo Llorens, ela participou diretamente na planificação do golpe contra Zelaya. Em 10 de junho de 2009, o então presidente do Congresso Nacional, Roberto Micheletti, fez chegar a Llorens o rascunho com o decreto da destituição de Zelaya com a data de
28 de junho. Ele recebeu o documento das mãos de Jackie Foglia Sandoval.”

Fonte: Blog do Altamiro Borges


Fidel acredita ser improvável Obama deter o conflito com Irã.

O líder cubano Fidel Castro disse no domingo, dia 18, que o presidente dos EUA, Barack Obama, está desinteressado em deter um possível conflito bélico com o Irã e que, em sua opinião, desencadearia uma catástrofe nuclear.
“Por todos os elementos da realidade que percebo, não vejo a mínima possibilidade de que vença o senso comum e se evite a guerra, uma realidade que nem Obama poderá alterar, nem mostrou
em nenhum momento a decisão de fazê-lo”, afirmou Fidel em um artigo publicado no sítio Cubadebate.
Fidel, que está perto dos 84 anos,sendo os últimos quatro deles afastado do poder por conta de uma doença, dedicou nove artigos ao tema, publicados desde 1º de junho, e nos últimos dez dias fez cinco aparições públicas onde abordou o assunto.
“Penso que seria muito mais prático que nossos povos se preparassem para encarar a realidade. Nisso consistirá nossa única "esperança”, afirmou no artigo, escrito poucas horas depois de uma mensagem ao ex-presidente Nelson Mandela, onde pede a ele que use sua influência para manter a África do Sul longe das bases militares dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Fidel afirmou também que o Irã já conseguiu fabricar 20 quilos de urânio enriquecido a 20%, “suficientes para construir um artefato nuclear, o que enlouquece ainda mais aqueles que há pouco tempo adotaram a decisão de atacá-los. Essa guerra nuclear seria a última da pré-história de nossa espécie”, sentenciou.
Fidel diz que, apesar dos riscos, “a humanidade ainda pode preservar-se dos golpes demolidores da tragédia nuclear que se aproxima, e da ambiental que já está em andamento”.
Fonte: France Press