quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Quando visitar Cuba, o presidente Obama vai ser tratado com todo o respeito e toda a consideração

Declarações à imprensa de Josefina Vidal Ferreiro, diretora-geral dos Estados Unidos do Ministério das Relações Exteriores sobre a visita de Barak Obama a Cuba no mês de março. Centro Internacional de Imprensa, 16 de fevereiro de 2016, “Ano 58 da Revolução”.


Foto: Juvenal Balán
Bom dia a todos.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama fará uma visita oficial a Cuba nos dias 21 e 22 de março de 2016.
O mandatário estadunidense será bem-vindo pelo governo de Cuba e seu povo, com a hospitalidade que o caracteriza.
Será uma oportunidade para que o presidente Obama possa apreciar a realidade cubana e continuar conversando sobre as possibilidades de ampliar o diálogo e a cooperação bilateral sobre temas de interesse mútuo para ambos países.
Esta visita constituirá mais um passo rumo à melhoria das relações entre Cuba e os Estados Unidos.
Naturalmente que para chegar à normalização dessas relações bilaterais teriam que ser resolvidos assuntos chaves pendentes, incluindo o levantamento do bloqueio e a devolução a Cuba do território ilegalmente ocupado pela base naval em Guantánamo.
A visita do mandatário estadunidense será também uma ocasião para ratificar a vontade do governo cubano de continuar avançando na construção de uma nova relação, sobre a base da observação dos princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas e dos princípios da Proclamação da América Latina e o Caribe como Zona de Paz, e alicerçada no respeito das diferenças e nos benefícios mútuos que derivam dos laços históricos, culturais e familiares que têm unido a ambas as nações e povos.
Muito obrigada.
Dou-lhes a palavra.
Moderador.- Ao realizar as perguntas, por favor, identifiquem-se com o nome e o meio que representam.
May Kwasten (AP).- Bom dia.
O presidente Obama tem dito que seu objetivo em vir a Cuba seria contribuir para uma melhoria especificamente nas condições atuais do povo cubano, A senhora acha que a visita de Obama terá esse efeito, o sairá desiludido?
Josefina Vidal.- Veja, quando visitar Cuba, o presidente Obama vai ser tratado com todo o respeito e toda a consideração e, como já eu mencionei, pensamos que vai ser uma oportunidade importante para que ele possa ter uma aproximação direta da realidade cubana e a tudo o que temos estado fazendo nos últimos anos em nosso país, como resultado de decisões soberanas do governo de Cuba, às quais tem contribuído a população cubana, precisamente, para realizar as transformações que sejam necessárias em nosso país encaminhadas a isso que você assinala, que é a melhoria do bem-estar da população cubana. Por tanto, ele vai ter essa possibilidade, em poucos dias, mas pensamos que vai ser útil para ele ter essa impressão sobre o que fazemos em Cuba e sobre o povo cubano.
Muito obrigada.
Iramsy Peraza (Granma).— Josefina, queremos saber seu critério acerca das afirmações do presidente Obama de que vinha para abordar com Cuba suas diferenças em temas como os direitos humanos. O que a senhora tem que dizer a esse respeito?
Josefina Vidal.— Como nós temos dito anteriormente, em reiteradas ocasiões, Cuba está aberta para conversar com o governo de Estados Unidos sobre qualquer tema, incluindo o dos direitos humanos, no qual, naturalmente, temos diferentes concepções, como mesmo existem distintas concepções e pontos de vista em outros temas como a democracia, os modelos políticos, as relações internacionais; de fato, tem estado ocorrendo assim.
Sobre o tema dos direitos humanos nós temos tido intercâmbios com o governo dos Estados Unidos sobre bases de respeito, de igualdade, de reciprocidade e de não intervenção nos assuntos internos de nenhuma das partes.
Cuba tem opiniões também sobre o exercício dos direitos humanos em muitos países do mundo, incluindo nos Estados Unidos, e também tem muitas experiências positivas e bem sucedidas que compartilhar neste campo. Por tanto, para nós, dialogar sobre assuntos como este e outros faz parte desse esforço que estamos realizando para construir uma nova relação com os Estados Unidos que esteja alicerçada no respeito a estas diferenças que temos sobre diferentes aspectos, mas que também possa nutrir-se dos laços históricos que têm existido entre nossos países e povos; mas que também possa contribuir para identificar oportunidades e benefícios para os dois países e os dois povos.
Muito obrigada.
Até logo.
Fonte: Granma